Joanna de Ângelis - Livro Libertação do Sofrimento - Divaldo P. Franco - Cap. 20
Conquistando a humildade
Considera-te como és: um permanente aprendiz da vida.
Jamais te permitas a petulância de pensar que és um ser especial, catalogado como superior ou portador de uma missão maior do que a dos demais.
Se te encontras à frente de alguma empresa ou detendo responsabilidade de alto em torno da administração de bens terrestres, do ensino, da condução de vidas, vigia "as nascentes do coração", evitando que a água cristalina do dever se turbe, mesclando-se com o lodo em repouso, em forma de prepotência ou falsa superioridade.
Tens encargos a atender, de que te deves desincumbir com desapego e elevação.
Se te encontras abençoado com a fortuna ou com o poder temporal em qualquer experiência na sociedade, compreendes que és mordomo, e que serás chamado a dar conta do que te foi confiado...
A empáfia é doença ferruginosa do Espírito que se deixa inflar pelo seu bafio, para esvaziar-se de um para outro momento, quando a realidade a fere com certeira flechada.
O orgulho é filho dileto da presunção, daquele que se supõe inatingível, embora a fragilidade de que se constitui.
A arrogância é desatino da pequenez que se agiganta em aparência, temendo a perda do que supõe haver adquirido.
A prepotência é distúrbio de conduta, que mascara o conflito de inferioridade do ser, aparentando a força que gostaria de possuir.
A vaidade é distorção da óptica espiritual, cujas lentes estão embaciadas pela nuvem da ilusão...
Todo esse cortejo de malfeitores internos encontra-se a postos para impedir que se instalem a simplicidade de conduta, o comportamento espontâneo e gentil, a sensatez que discerne entre a função e aquele que a exerce, em relação à situação momentânea em que se vive e quem a vive...
Nunca será demasiado logicar em torno do que se é, tendo em vista com se encontra.
O jogo do poder muda de mão a cada instante, e a glória de hoje é véspera da desgraça de amanhã, assim como a submissão de hoje pode modificar-se para o domínio da situação no futuro.
A humildade concede ao ser humano a medida exata do que ele é, de como se deve conduzir e tudo quanto lhe cabe realizar para alcançar a elevada meta da sua integração na Consciência Cósmica.
A existência terrena é constituída de contínuos desafios, sucedendo-se sempre um mais grave ao outro que já foi solucionado.
Aprende, desse modo, a permanecer participante da comunidade em que a existência te hospeda, como membro atuante, interagindo em todos os seus programas.
O homem de bem, portanto, aquele que tem a dimensão de si mesmo, sempre percebe quanto lhe falta conseguir, a fim de estar plenamente em paz, com decorrência do esforço empregado na conquista de si mesmo.
Jamais se detém quando percebe o imenso caminho a percorrer, na busca da Verdade...
Mantém-te, pois, simples de vacuidades e pleno de alegria de viver, considerando a oportunidade iluminativa que se te encontra ao alcance.
Aproveita cada momento da existência, para ampliares os horizontes do progresso que te cumpre alcançar.
Cada irmão do teu caminho é a tua oportunidade de crescimento para Deus.
Ninguém alcança o Paraíso sem experienciar o terrestre Éden que se encontra ínsito no coração, como esplêndido no amado planeta em que te encontras.
Assim, a humildade torna-se a estrela brilhando à frente, convidativa e libertadora.
Joanna de Ângelis
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