Joanna de Ângelis - Livro Lampadário Espírita - Divaldo P. Franco - Cap. 9
Renovação e reencarnação
A poda renova a planta.
O filtro depura a água.
O fogo retempera os metais.
A luta dignifica o homem.
O sofrimento purifica o espírito.
A reencarnação é abençoado e valioso ensejo para sublimação, na longa jornada da imortalidade.
O atrito gasta arestas.
O instrumento no uso gasta-se.
A atividade gasta as energias.
A reencarnação gasta as dívidas cármicas pela aplicação da atividade bem orientada que se deve imprimir ao labor da própria santificação.
O amor renova as expressões da coragem.
A dor mensura a fragilidade humana.
A esperança estimula nos embates renhidos.
A alegria espalha bênçãos.
A tristeza convida à meditação.
A reencarnação é expressiva doação divina para o enobrecimento do espírito em evolução.
A chuva abençoa com a abundância.
O sol abençoa com a luz e o calor.
A noite abençoa com a oportunidade do repouso.
A reencarnação abençoa a vida com a renovação de propósitos, o mecanismo de fazer ou deixar de fazer, na elaboração da felicidade intransferível e inalienável para todos nós. "A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e intelectual do espírito: ao progresso intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela necessidade recíproca dos homens entre si. A vida social é a pedra de toque das boas ou más qualidades. " (2)
Se os percalços se acumulam no teu caminho, levando-te à exaustão na luta; se as aflições te povoam a mente, aniquilando tua paz; se os sofrimentos se dilatam, impossibilitando-te a atividade ordeira; se o cansaço invencível te prende nas amarras do desânimo; se as inquietações te ameaçam a estrutura do equilíbrio quase em colapso; se as dores morais se sucedem incessantes sem te oferecerem trégua para a recuperação da paz, agradece, assim mesmo, o favor imerecido da reencarnação que fruis, coroando-te com as fortunas do céu para os resgates da terra, e renova-te, embora sejam duros os golpes da peleja.
Em momento algum te deixes mergulhar nos torpes estados da blasfêmia ou da irritabilidade, da impaciência ou da ira, do desespero ou da malversação do tempo e das possibilidades do corpo e da mente.
Em situação nenhuma te permitas a rebeldia ou o descoroçoamento na árdua viagem carnal.
Ora e ora, medita e medita.
Sucedendo à saúde, a enfermidade aflige, mas após ela a libertação faculta a plenitude do refazimento e da renovação de paisagens, e bendirás todas as dificuldades que te assinalaram a reencarnação benfeitora quando, tudo concluído, chegares, de volta, à vida verdadeira.
Joanna de Ângelis
NOTA — Tema para estudo: Livro dos Espíritos - Parte 2a - Cap. II - Objetivo da reencarnação.
132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento em harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do universo. Deus, porém, na sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na natureza.
133. Têm necessidade de encarnação os Espíritos que desde o princípio seguiram o caminho do bem?
“Todos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseguintemente sem mérito.”
a) – Mas, então, de que serve aos Espíritos terem seguido o caminho do bem, se isso não os isenta dos sofrimentos da vida corporal?
“Chegam mais depressa ao fim. Ademais, as aflições da vida são muitas vezes a consequência da imperfeição do Espírito. Quanto menos imperfeições, tanto menos tormentos. Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem ambicioso, não sofrerá as torturas que se originam desses defeitos.”
Leitura complementar: O Evangelho segundo o Espiritismo - Cap. IV - Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo - Ressurreição e reencarnação — Itens 4/17.
(2) "O Céu e o Inferno" — 1a parte — Cap. III — Item 8 — Edição da FEB. — Nota da Autora Espiritual.
Fonte: Lampadário Espírita
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