Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo P. Franco
Mediunidade com lágrimas
No turbilhão da cultura moderna com as suas incontáveis conquistas e as infelizes paixões em desbordamento irrefreado, a existência humana vê-se assaltada pelas mais variadas manifestações do sentimento e da razão.
Quase genericamente as criaturas estertoram sem o equilíbrio necessário a um comportamento saudável, manipuladas pelo noticiário faccioso decorrente dos interesses vulgares dos multiplicadores de opinião.
As múltiplas necessidades imediatas de desenvolvimento do intelecto, assim como dos sentimentos, impõem lutas pessoais desafiadoras para a conquista dos recursos em favor da sobrevivência.
Além desse impositivo a propaganda, muito bem urdida em torno do êxito e da felicidade, em padrões que não correspondem à realidade, faculta voos da imaginação ambiciosa, e os falsos conceitos em torno da beleza e do prazer arrastam as multidões desassisadas, atirando-as em competições tormentosas e anseios injustificáveis.
São promovidos os gozos imediatos a qualquer preço como se o objetivo exclusivo da vida física fosse a conquista das glórias mentirosas da ilusão e do destaque social. De um lado, as ofertas de facilidades para a conquista das variadas propostas da moda desenfreadas e dos hábitos de ocasião atraem os incautos para o desfrutar do momento, e do outro, ante a ausência de recursos para consegui-lo, os mecanismos do suborno e da indignidade passam a servir de meios hábeis ao alcance dos mais audaciosos.
Cada pessoa, no entanto, tem o seu futuro estabelecido pelos atos que foram praticados nos dias do passado, que lhes constituem a base para o programa da evolução.
Nada se perde no curso das existências, acumulando-se em formas de experiências vividas assim como de necessidades retificadoras.
A reencarnação propicia os abençoados tesouros para o refazimento das consequências das atitudes equivocadas, traçando as linhas de recuperação moral naqueles que se encontram incursos nas leis do Progresso.
Desse modo, as situações facilitadoras ou problemáticas para a evolução do Espírito são os programas nos quais todos se encontram inscritos.
Na área do comportamento espiritual, a mediunidade se apresenta como instrumento valioso de recuperação moral e de ascensão iluminada.
As condutas ignóbeis de ontem, que geram obsessões indescritíveis, também surgem no desabrochar das faculdades de intercâmbio mediúnico, muitas vezes, afligentes e perturbadoras.
Acreditava-se e ainda muitos pensam que se trata de castigo divino, como se a Justiça de Deus se constituísse de penalidades cruéis conforme a visão humana.
Ocorre que a necessidade de evoluir é imperiosa, e cada qual, infrator ou benemérito, não dispõe de outros meios senão aqueles que lhe são impostos pela própria conduta.
É graças, portanto, ao passado espiritual, que se colhe no presente os frutos para a manutenção da existência.
Como consequência, todo desenvolvimento e educação da mediunidade dá-se com o auxílio das lágrimas purificadoras.
Se és portador de sensibilidade mediúnica, cuida de educar os próprios sentimentos, armazenando paciência e compaixão, a fim de que o amor se te insculpa nos refolhos da alma.
A mediunidade é concessão divina para o crescimento espiritual da Humanidade.
Veículo de comunicação com os irmãos desencarnados, sempre oferece lições de aprendizagem das leis de Justiça e de Amor da Divindade.
Por seu intermédio adquire-se a certeza inabalável da sobrevivência do ser ao fenômeno da morte, facultando-lhe a entrega às Leis Morais que regem o Universo.
Tendo como base a ação da caridade, tem a função hospitalar de deter alguns pacientes, desencarnados ou não, no seu raio de ação, gerando, muitas vezes, mal-estar, tristeza ou dor, conforme se encontre o hóspede que necessita de socorro.
De outras vezes, Espíritos inferiores, que não se conformam com o estado em que se encontram, investem contra os médiuns, por inveja, mágoa ou revolta, proporcionando-lhes sofrimentos, que lhes são úteis no aprimoramento de si mesmos e na conquista de títulos de nobreza fraternal, ajudando-os.
As suas provas e expiações igualmente fazem-se em simultâneo, dando a ideia de que é muito pesado o fardo das responsabilidades e dos desejos pessoais, e produzem distonias nervosas, ansiedades, receios...
Nada, porém, que se não possa suportar com tranquilidade e confiança em Deus, como mecanismo de purificação.
Bem utilizada, torna-se uma simbólica escada de Jacó que alça ao infinito. No entanto, quando mal-entendida ou aplicada à futilidade, ao egoísmo e ao orgulho ou fins indignos, faz-se campo para disputas terríveis por mentes perversas e dedicadas ao mal, que se comprazem em afligir e malsinar.
Por essa e outras razões, a sua pedagogia educacional tem no Evangelho de Jesus as disciplinas próprias para utilização em qualquer situação, transformando-se em bênção de incomparável significado que propicia a plenitude.
Allan Kardec, referindo-se à mediunidade, assevera que ela deve ser exercida cristãmente, conforme Jesus a viveu na condição de Médium de Deus.
Reflexiona em torno das tuas faculdades mediúnicas e cuida de preservá-las do controle dos Espíritos maus, sintonizando, sempre que possível, no Bem e nas ações correspondentes à caridade.
Transforma as lágrimas de dores que decorrem da mediunidade no seu exercício natural em estrelas luminosas a clarear a noite das almas em desespero, a ti também iluminando.
...E serve, sem cessar, recordando-te de que és médium em todo instante e não apenas no horário reservado às sessões especializadas.
Onde estejas, com quem te encontres, o que faças, seja sempre na condição de intermediário do Mundo Maior, diluindo as barreiras que dificultam melhor assimilação das vibrações do Amor Divino ao alcance de todos.
Joanna de Ângelis
Psicografada pelo Médium. Divaldo Pereira Franco. Na Instituição Espírita. Mansão do Caminho, Salvador, Bahia, em 28.8.2019.
VÍDEO:
MEDIUNIDADE COM LAGRIMAS. JOANNA DE ÂNGELIS
Canal de Filosofia Espírita
Nenhum comentário:
Postar um comentário