sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Miramez - Livro Horizontes da Vida - João Nunes Maia - Cap. 9 - Ondas inflexas



Miramez - Livro Horizontes da Vida - João Nunes Maia - Cap. 9


Ondas inflexas


As ondas que arremessamos para fora de nós tem poderes extraordinários na folha da nossa vida. São forças vivas que nascem em nós e que podemos, pelos sentimentos, delas apropriar como sementes que nascem e frutificam por onde tem a capacidade de passar. Essas ondas são elásticas, tanto distanciando de nossa personalidade, como a nós voltando com as suas congêneres, oferecendo-nos, por lei de justiça, as suas iguais. Compreende-se daí que a vida, em todas as instâncias, é o resultado de trocas, com ofertas compatíveis entre si.

As ondas inflexas são resultado da lei; elas fazem curvas, indo e voltando pela lei de atração, e se sentem mais acomodadas onde foram geradas, assim como o filho sente mais prazer junto à mãe, que lhe deu condições de nascer.

Os horizontes da vida são extensos em todas as direções e nos mostram a própria vida na sua grandeza; ao entrarmos neles, sentiremos outras modalidades de vida. Para sermos felizes, haveremos de nos educarmos nas ondas da disciplina, que é rigorosa em todas as modalidades de vida, e que requer de nós educação dos impulsos. Se nos dispomos a ser úteis aos nossos companheiros em caminho, passemos a nos educar em todos os sentidos, porque a disciplina nos mostra as modalidades mais acertadas de amar.

Os pensamentos são ondas que partem da mente para dentro e para fora da personalidade, levando consigo o que o coração se dispõe a doar, o que o pensador tem a ofertar. Podemos enganar por algum tempo os nossos irmãos encarnados, mas nunca a Deus. A pessoa se revela pela emissão de seus pensamentos; a própria psicologia nos ensina a compreender logo com quem conversamos.

Uma observação mais profunda de quem ouvimos e entenderemos com quem falamos, porque seus gestos e sua fala o denunciam. Se o raciocínio é pesquisador nas nossas comparações, ainda temos a intuição, que não deixa faltar a sua cooperação nesse trabalho.

As ondas que saem de nós não tem somente uma forma; elas são mutáveis, de acordo com os sentimentos. 

Não mudamos sempre de idéias? Cada um vibra em faixa diferente, dando-se forma, irradiação e mesmo cheiro desiguais. A Doutrina dos Espíritos mostra, na atualidade, outra feição da vida e a sua missão mais profunda é a de mudar, é a de fazer de um homem velho um homem novo, refundindo suas qualidades nas do Cristo de Deus. As mudanças de vida compõem a base; a velha casa mental deve ser destruída e, em seu lugar, devemos erigir uma nova, com outras perspectivas de crescer para Deus, na crista da onda nova. O progresso e a ordem nos fazem libertar da escravidão da ignorância.

Podemos mudar de pensamentos, palavras e gestos em segundos, dependendo do que vemos, ouvimos ou lemos, e as vibrações passam a obedecer seus impulsos internos. O mundo se encontra como está, mais por falta de moral do que mesmo de alimento; por faltar mais educação dos sentimentos do que a água que dessedenta; por faltar mais disciplina do que mesmo o emprego; por faltar mais fraternidade e mais amor do que mesmo moradia com todos os requintes de conforto.

Não existe harmonia nas mentes e é por isso que o sofrimento campeia entre todas as criaturas, e a dor não vai deixar a humanidade por enquanto, a não ser que essa se eduque dentro dos moldes do amor. Quanto mais se abrem laboratórios para fabricar remédios, mais se assanham as doenças, para disciplinar os próprios fabricantes dessas drogas, e os que se encontram nos níveis da usura, do orgulho e do egoísmo. A dor somente cessará quando não houver mais necessidade da sua lição. Urge compreender o Evangelho da natureza que está com suas páginas abertas, mostrando as leis que falam em silêncio, para que as almas cresçam e sejam motivo de felicidade, com o Cristo nos corações.

Não deixemos escapar ondas da mente que não sejam de amor, de paz e de educação, de fraternidade e de caridade, de sorte que as sementes semeadas possam nos trazer frutos de esperança.


 Miramez














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