Miramez - Livro Filosofia Espírita Vol. 18 - João Nunes Maia - Cap. 08
Definição da justiça
875. Como se pode definir a justiça?
“A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais.” (O Livro dos Espíritos)
Define-se a justiça em um dos seus inumeráveis ângulos: o respeito aos direitos alheios. Podemos observar até onde chegam nossos direitos e começam os nossos deveres. Olhando por este prisma, encontraremos sempre a paz. Não fazer aos outros o que não desejamos para nós, eis a justiça interna ditada pela consciência, força poderosa, em ação para nos comandar.
A definição da justiça, na sua amplitude é impossível no campo das ações humanas, porque a justiça é o mesmo amor, agindo em dimensão diferente, com os mesmos objetivos, dando alegria e fazendo homens mais humanos em busca da tranquilidade espiritual.
A verdadeira justiça está escrita na natureza, e essa força divina inspira aos legisladores, de maneira que eles transcrevem nas leis humanas alguns reflexos da justiça divina. No entanto, essas leis humanas obedecem ao progresso, acompanham a marcha do despertamento das almas, ao passo que a justiça de Deus é por excelência imutável.
Como definição da justiça em maior grau para todos nós, devemos dizer que a justiça é amor. A natureza nos dá exemplos insubstituíveis, em toda a sua floração de vida. É Deus nos mostrando o Seu caminho para todos e tudo criado por Ele. A lei humana é necessária para mostrar a lei natural da Justiça, e ela passa a viver em nós e por nós. Em tudo o que fizermos não nos esqueçamos da justiça, mesmo nas coisas materiais.
Justiça é harmonia. Os próprios átomos se agregam por lei de afinidade elementar; isso é harmonia e justiça. Assim acontece com os astros, assim na vida, assim com os homens, lares e nações. Os homens estabeleceram e estabelecem leis mutáveis, que avançam com o progresso, e Deus estabeleceu leis que nunca mudam. O que muda é o modo de ser do homem, de sorte a compreender melhor a vida.
Quem deseja meditar mais sobre Deus e Suas leis, deve fazê-lo, que os conhecimentos irão chegando à mente e se enraizando no coração. Se queremos modificar o homem velho, necessário se faz que ele morra, para nascer novo homem, com novas perspectivas para amar. Vamos lembrar João novamente, no capítulo onze, versículo catorze, nesta referência:
Então Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu.
Morreu o Lázaro velho e nasceu o novo Lázaro, para nova vida espiritual. Nasceu em Cristo, entendendo e ensinando as coisas do Céu.
Não devemos temer a morte da nossa personalidade cheia de paixões inferiores, desde quando nos encontramos dispostos às devidas mudanças. Nasceremos renovados em Jesus, para a vida cheia de valores imortais. Aí, as mesmas leis humanas deverão mudar, de acordo com a nossa personalidade. Os raios de sol descem para todos, no entanto, cada um tira deles segundo o que faz jus, pela evolução dos seus talentos.
As leis criadas pelos homens no passado, hoje não têm mais razão de ser, no entanto, as leis de Deus no passado eram as mesmas, são e sempre o serão eternidade afora.
As leis eternas de Deus existem, como sendo um tribunal para regular nossas emoções e nos fazer seguros de comportamento, dentro da consciência, centro de luz, ainda desconhecida dos homens e de muitos Espíritos fora do corpo.
Miramez
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