quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. 2 - 1. Lei de adoração - A prece - Questão 658 (Miramez)




Allan Kardec - O Livro dos Espíritos -  3ª Parte - Das leis morais - Cap. 2 - 1. Lei de adoração


A prece


658. Agrada a Deus a prece?

“A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois, para ele, a intenção é tudo. Assim, preferível lhe é a prece do íntimo à prece lida, por muito bela que seja, se for lida mais com os lábios do que com o coração. Agrada-lhe a prece, quando dita com fé, com fervor e sinceridade. Mas não creiais que O toque a do homem fútil, orgulhoso e egoísta, a menos que signifique, de sua parte, um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade.”


Allan Kardec




O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez

Questão 658 comentada


Deus não sente emoções de tristeza nem de alegria, do modo que pensamos e sentimos, como Espíritos ainda de certo modo ignorantes. Agradar a Deus, tudo agrada, porque Ele, o Soberano Senhor, sabe transformar até o que chamamos de mal no bem mais puro, porque Ele é Amor.

A prece de coração, com a maior dose de amor e humildade, atrai para junto de quem a faz, energias sutis, capazes de harmonizar todo o ser, e ainda beneficiar aos que nele pensam e aos em que ele pensa. É um comportamento espiritual livre e fascinante, é um degrau a mais que o Espírito atinge na urdidura do seu amor; quanto mais amor, mais força a alma possui na oração.

Deus, sendo onisciente, sabe quais os filhos que estão preparados para orar verdadeiramente, em Espírito e Verdade. Aqueles que não chegaram a este nível superior, é por lhes faltar tempo de maturidade espiritual; Ele ajuda a todos com o mesmo amor, todavia, o recebimento da ajuda de Deus é diferenciado pela elevação das almas.

De certo modo, é bastante sutil a ação de certos segredos da vida. Para que compreendas, é necessário que a razão seja movida pelo amor, sem os contrários que perturbam o Espírito. 'Os que discutem são cegos que desejam guiar cegos, e todos sabemos qual é o seu destino.

Jesus subia ao monte, orava ao Pai, e dali saía irradiando forças revigorantes, que com uma só palavra curava a muitos. Os discípulos também O acompanhavam; oravam a seu modo, e às vezes saíam discutindo qual deles seria o maior. Tudo depende do grau espiritual que já se alcançou na pauta da vida. Deus, como justiça e amor, derramava nos discípulos de Jesus o mesmo amor que no Seu filho amado; no entanto, o que Jesus transformava em bênçãos, os Seus seguidores não tinham capacidade para fazê-lo.

Rasputin curava à distância os enfermos, mesmo com vida incorreta que levava, e muitos dos sacerdotes, com pleno direito de exercer seus mandatos ante os seus superiores, não curavam nem de perto os enfermos. O transformador humano é tudo, na ordem da prece.

Se queres saber orar, exercita, e passa a viver os preceitos que Jesus ensinou. O amor puro é o veículo de cura mais eficaz. Falamos somente do amor, porque não existe fé sem amor. Quando a súplica parte somente dos lábios, decorada, ela perde-se no tempo, e o vento a leva como se fosse folha morta. No entanto, quando o Espírito alimenta a fé e confia nos poderes do amor em Cristo, ele faz coisas das quais ele mesmo se admira, porque Deus opera por seu intermédio. O poder da fé e a confiança de Jesus ultrapassam todos os raciocínios, por se encontrarem em outra dimensão de entendimento. O orgulhoso e o egoísta não sabem orar, e podemos chamar a oração deles de reza, nome sem expressão na ordem das coisas divinas.

E tendo dito isto, clamou em alta voz:

Lázaro, vem para fora. (João, 11:43)

Mas, o Mestre, antes de chamá-lo à vida, agradeceu a Deus pelo que o Senhor ia atender. Nota bem a Sua confiança nos Seus poderes, que o próprio Deus Lhe dava para curar os enfermos. É neste sentido que Ele, Jesus, sempre falava que Ele e o Pai eram um, pois fazia a vontade de Deus em todas as suas dimensões.


Miramez



Filosofia Espírita – Volume 13 - João Nunes Maia
Cap. 46 - A súplica





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