A lei das reencarnações
Para todos aqueles que consideraram a variedade e a desigualdade das condições humanas, seja do ponto de vista das diferenças de raças, de culturas, de civilização, seja no que se refere à duração da existência, o enigma da vida ficava indecifrável, mas eis que, pela sucessão das existências da alma, tudo se encadeia e se harmoniza em uma lógica rigorosa.
O terrível problema da dor também aí encontra a sua solução e se explica melhor que certas pessoas conheçam o sofrimento desde o berço e o suportem até o túmulo.
Todas essas vidas obscuras, atormentadas, dolorosas, são cadinhos onde a alma se desfaz de suas impurezas, onde o fel se consome, onde as paixões do mal, por uma alquimia divina, se transformam pouco a pouco em paixões do bem.
Sem dúvida, o progresso não é sempre sensível e a alma, frequentemente, se revolta ante o sofrimento, mas, quando o tempo da provação passou, constata-se que ela não foi estéril e a alma se beneficiou.
E, do mesmo modo, o problema do mal que, no seu conjunto, é um dos aspectos da mesma questão. Este problema, que provocou tantas discussões estéreis, foi facilmente resolvido pelos druídas: Deus dá ao homem uma parte de liberdade proporcional ao seu grau de evolução, e a liberdade humana gerou o mal. A primeira “Tríade” enuncia entre as três unidades primitivas “o ponto de liberdade onde se equilibram todas as oposições”.
Deus não teria podido suprimir o mal sem suprimir a liberdade, o que teria falseado, inteiramente, a lei de evolução e, com ela, o princípio vital, a própria razão do Universo. O livre arbítrio somente assegura o livre jogo da iniciativa, da vontade de onde decorrem os méritos necessários para adquirir os bens espirituais, alvo supremo da evolução. O ser humano deve adquirir, por seus esforços, no correr dos tempos, a sabedoria, a ciência, o talento e, para eles, a felicidade, a ventura, isto é, tudo que leva à grandeza e à beleza da vida, pois não se aprecia realmente, não se gosta, senão do que se adquire por si mesmo.
Se o mal parece dominar sobre a Terra, é que ela forma um grau inferior na escala dos mundos e por ser a maioria dos seus habitantes espíritos jovens, ainda ignorantes, inclinados às paixões. Mas, à medida que se evolui na grande escala cósmica, o mal diminui pouco a pouco, depois se dissipa, e o bem se realiza em virtude da lei geral da evolução.
Léon Denis
Fonte: O Gênio Céltico e o Mundo Invisível -pdf
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