sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Joanna de Ângelis - Livro Libertação pelo Amor - Divaldo P. Franco - Cap. 26 - Necessidade de paciência



Joanna de Ângelis - Livro Libertação pelo Amor - Divaldo P. Franco - Cap. 26


Necessidade de paciência


O tumulto que toma conta do comportamento individual e coletivo, na atualidade, responde pela pressa que desorienta muitas criaturas dispostas a realizações nobilitantes.

A vida tem o seu próprio programa, que ninguém pode alterar.

A automação ora vigente nos diversos segmentos da sociedade, simplificando o trabalho e ganhando o tempo, faz que as pessoas aflijam-se, inquietas, sem motivos reais, empurrando-as para condutas ansiosas e irritadiças.

Acostumando-se a ter, praticamente tudo, com um simples apertar de um botão, deseja-se que tudo se encontre ao alcance da mão, especialmente quando a espera produz expectativa afligente.

Como conseqüência, não se dispõe de paz nem de confiança em torno dos acontecimentos, pensando-se que é possível faze-los acontecer quando se lhe apraz, ao talante dos seus interesses.

Seria o mesmo que precipitar a germinação de uma semente por meios artificiais, o desenvolvimento do feto, abreviando-lhe o ciclo natural, enfim, modificando a estrutura da ordem e do equilíbrio pelo desconcerto que se lhe impõe.

Não há tempo para a paciência, confundida com pasmaceira.

A paciência é um elemento essencial para a harmonia e o equilíbrio existenciais.

Sempre se é obrigado a esperar, porque nem tudo pode ser resolvido quando se deseja.

Em todo o universo existe uma ordem defluente de programa adredemente elaborado pela Consciência Cósmica e que não pode ser desconsiderado.

Dir-se-á que a ciência e a tecnologia tem alterado profundamente o comportamento das Leis universais, à medida que vão sendo identificadas e penetradas. Sem qualquer dúvida, em algumas áreas assim tem sido, não, porém, de referência às suas estruturas, mas a respeito dos fenômenos que agora podem ser entendidos na sua causalidade, evitados uns e diminuídos os efeitos danosos de outros. No entanto, a vida possui diretrizes que não podem ser alteradas sem graves prejuízos para a organização geral.

A paciência funciona como um mecanismo de confiança no futuro, auxiliando na análise das ocorrências e no aprendizado que se consegue em todas as circunstâncias.

Diante de um exame médico complementar que exige tempo determinado, quais os de laboratório de análises clínicas, de biopsia de tecidos orgânicos, não há como apressar-se resultados.

O período que medeia entre a apresentação do material e o resultado, deve ser utilizado como fomentador de bem-estar, de amadurecimento psicológico, de reflexão em torno da existência, ao invés do nervosismo e dos seus efeitos, como a ansiedade, a insônia, o mal-estar...

Quando se adquire confiança em Deus, todos os acontecimentos seguem o seu curso com naturalidade, não extrapolando de dimensão nem alterando o comportamento para transtorno e aflição.

O indivíduo consciente sabe que somente lhe acontece aquilo que é de melhor para o seu desenvolvimento espiritual.

Desse modo, adota a paciência.

Harmoniosamente os astros gravitam em suas órbitas, obedecendo ao impositivo do equilíbrio cósmico.

A paciência é a conduta que deve ser mantida diante de todos os fenômenos sucedidos ou que venham a acontecer.

Por maior que seja a ansiedade de alguém, não lhe será possível alterar a ordem vigente em toda parte.

Aprendendo-se a esperar com uma atitude dinâmica, aquela que propicia realização interior, utilização fecunda do tempo, reflexão edificante, a vida torna-se mais enriquecedora e bela.

Quando acontece o oposto, trabalha-se em favor do próprio desequilíbrio, mediante a irritabilidade, o desconforto emocional que se estabelece, sem que seja possível alterar o ritmo das ocorrências.

Graças à paciência e à autoconfiança, Thomas Edison realizou incontáveis experiências para conseguir incandescer o filamento metálico que daria origem à lâmpada elétrica. Cada vez que o experimento não se coroava de êxito, ao invés da irritação, o cientista concluía que houvera conseguido mais uma forma através da qual não seria possível acertar. E prosseguiu, infatigavelmente, até consegui-lo.

Diante dos dissabores, dos infortúnios, dos conflitos que grassam em toda parte, a atitude correta é a da paciência.

Quem aprende a esperar, mantendo-se dinâmico e eficaz, consegue frutos de sabedoria e experimenta realização pessoal intransferível.

Esse exercício deve ser mantido nos diferentes períodos da existência humana, realizando cada atividade no seu momento devido, metodologicamente, sem a pressa que é portadora de ansiedade e de aflição e sem a indiferença que mata qualquer programa de elevação.

Saber esperar o inevitável, por desagradável que seja, sem a carga das expectativas dolorosas, constitui uma forma de atenuar-lhe as conseqüências afligentes.

A mente, que aprende a raciocinar dentro dos parâmetros da harmonia, produz muito mais do que aquela que se dissocia dos elementos prioritários, perdendo-se em conjecturas desprovidas de significado.

Em face desse programa equilibrado, os neurônios funcionam com mais harmonia, propiciando bem-estar e lucidez.

Ademais, graças ao discernimento que se mantém claro, torna-se possível encontrar diretrizes para a solução dos enfrentamentos e estabilidade emocional para a conduta que deve permanecer saudável.

Quando seja possível manter paciência diante de pequenos insucessos ou desacertos, repetindo-os tantas vezes quantas se façam necessárias, com o mesmo prazer da primeira tentativa, a autoconfiança e o respeito por si mesmo conferem alegria de viver e de lutar.

A paciência é vital para que o sucesso aconteça, e isso ocorre não apenas quando se quer, mas quando é possível.

Jesus sabia que as criaturas do Seu tempo, ainda primitivas, não se encontravam em condição de O compreenderem, nem O amarem.

Apesar disso, empreendeu o sublime apostolado de amor, ensementando nos Espíritos e nos seus sentimentos a palavra de luz libertadora, a fim de que através dos tempos, pudessem amadurecer emocionalmente e introjetar o conhecimento da Imortalidade e do bem, que os capacitaria para a conquista do Reino dos céus.

Testado com freqüência, em momento algum deixou-se vencer pela irritabilidade ou pela revolta, preservando o Seu programa de compaixão e de misericórdia, em forma de educação e de benevolência.

Não te esqueças, portanto, da paciência diante dos desafios do quotidiano, aprendendo a confiar em Deus e no valor do trabalho ordeiro e contínuo.


 Joanna de Ângelis











Fonte: Libertação pelo Amor -pdf

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