segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Bezerra de Menezes - Livro Grilhões Partidos - Manoel Philomeno de Miranda / Divaldo P. Franco - Cap. 23 - Abigail e Josefa



Bezerra de Menezes - Livro Grilhões Partidos - Manoel Philomeno de Miranda / Divaldo P. Franco - Cap. 23


Abigail e Josefa


“Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, conseqüências subordinadas ao que ele faz ou não. Há, pois, devidos à sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre a qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 27 - Item 6)


(...) Muitos amigos espirituais de Josefa e D. Abigail ali compareceram, interessados, por sua vez, na tranquilidade de ambas. Bezerra de Menezes, depois de haver despertado os convidados, pediu a José Petitinga que fizesse a oração. 

Em seguida, o Benfeitor Espiritual dirigiu-se a todos, explicando o porquê daquele encontro. Era preciso, disse então, liberar a alma das reminiscências amargas e dos ódios injustificados. "O passado é algema para quem nele se fixa e asa de luz para quantos o transformam em experiência bendita", asseverou Bezerra. "A aduana da consciência cobra as taxas dos erros de todos, mas não dispõe de direitos para alcançar a bagagem moral do próximo, exigindo tributos... Assim, examinemo-nos para acertar e ajudemos para que nos ajudem...", acrescentou o amorável Instrutor. 

Referiu-se então ao Monsenhor Severo Augusto dos Mártires, arrependido dos erros do pretérito, na figura do Coronel Santamaria, que dava início à sua redenção, ao lado de D. Eduardina Rosa de Montalvão do Alcantilado, hoje sua filha Ester, de quem se fi­zera cúmplice em ardilosos crimes. "O amor que por ela nutria e o desgovernava, santifica-o hoje, mediante o desvelo e a ternura que lhe tem dado", afirmou Bezerra. Josefa (Maria do Socorro) foi acometida de um riso histérico e daí passou ao desacato verbal, quando ouviu o nome de D. Eduardina e a descrição de seus sofrimentos atuais. 

Maria do Socorro recordava com nitidez o que lhe sucedera: "Tia infame e perversa!" –  pôs-se a imprecar. –  "Roubou-me o amante e encarcerou-me, desterrando meu filho... Arrojou-me a uma `Casa de Deus', na qual a revolta e o desespero fizeram-me odiá-lo... Nunca soube do ser que eu carregava comigo; nem sequer me deixaram vê-lo... Alegro-me por saber que ela paga... E Casimiro, onde se encontra?... Diga-me, alguém... Como o amo!" 

O ódio se desintegra nas águas claras do amor - Bezerra de Menezes respondeu a Maria do Socorro: "Casimiro, filha, como tu mesma, retornou à Terra. Ouve: a Justiça de Deus não erra, nem tarda, manifesta-se, não conforme nosso agrado, porém no momento oportuno."


Manoel Philomeno de Miranda 














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