Joanna de Ângelis - Livro Rumos Libertadores - Divaldo P. Franco - Cap. 19
Com disfarce
ESE Cap. VII – item 11
Precata-te contra as urdiduras do orgulho, esse filho inditoso do egoísmo, que dizima tantas esperanças quanto o câncer.
Nem sempre se te desvelará em toda a sua purulência moral. Maquiavélico, insinua-se disfarçado de melindre e, nas suas susceptibilidades, infiltra-se na mente, aturdindo, dilacerando o coração, enquanto, e simultaneamente, verte ácido violento que expele vapores letais...
Arma as conjunturas soezes, arrimado a nonadas, que transforma em montes com aparência de intransponibilidade. Sua sombra pesada obscurece a visão dos fatos e acontecimentos, alterando os contornos e criando fantasmas que se fazem agressivos e são apenas ilusão.
Afasta as criaturas umas das outras e desarticula os mais bem programados trabalhos edificantes.
Está em todo lugar, porque gerado no imo do homem pelas suas imperfeições, encontra-se onde este se apresenta.
Vigia-lhe o surgimento e combate-o com decisão, sobretudo com humildade.
O orgulho se alimenta das diatribes que arremessa e se compraz nas mágoas que infunde.
Após estabelecidas as suas tenazes destruidoras, se concede momentânea liberdade às suas vítimas, é para tortura-las com o acanhamento, a inquietação, a injustificável distância e a dificuldade em separar ou refazer o caminho percorrido, em retorno necessário...
Logo, porém, irrompe, macerando sob outros impositivos constritores, conclamando à fuga, à debandada, a conflitos deprimentes, à insegurança...
Não o vitalizes com as falsas ids de honradez que, não raro, são apenas caprichos mesquinhos.
Não te digas decepcionado com o teu próximo.
Não lhes apontes os erros.
Faze tu, de forma que não decepciones; nem te permitas erros.
Não afirmes: Agora é tarde !
Não imponhas: Ficarei no meu posto, porquanto fui o ofendido !
Vai ao irmão que delinquiu contra ti e pede-lhe desculpas.
Toma a oportunidade feliz da iniciativa nobre.
Quem dá o primeiro passo, chega antes ao termo do bem.
Quando Jesus foi esbofeteado pelo soldado, no pretório, ante a multidão, não o condenou, não revidou, não se ofendeu... E era o Rei Solar ! Recompôs-se e, tranquilamente, indagou do torpe agressor:
- Por que me bateste ? Se falei mal, aponta o meu erro, mas se falei certo, por que me bateste ?
Sob disfarce algum, não agasalhes o orgulho, nunca, pois que ele é o inimigo mais hábil prevenido contra o teu progresso espiritual.
Joanna de Ângelis
O Evangelho segundo o Espiritismo - Capítulo VII - Bem-aventurados os pobres de espírito - Instruções dos Espíritos - O orgulho e a humildade - 11
Fonte: Rumos Libertadores
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