segunda-feira, 25 de maio de 2020

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - Parte terceira - Das leis morais - Cap. IX - 8. Lei de igualdade - Igualdade dos direitos do homem e da mulher - 822 (Miramez)



Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - Parte terceira - Das leis morais - Cap. IX - 8. Lei de igualdade



Igualdade dos direitos do homem e da mulher 



822. Sendo iguais perante a lei de Deus, devem os homens ser iguais também perante as leis humanas?

“O primeiro princípio de justiça é este: não façais aos outros o que não quereríeis que vos fizessem.”

a) – Assim sendo, uma legislação, para ser perfeitamente justa, deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher?

“Dos direitos, sim; das funções, não. Preciso é que cada um esteja no lugar que lhe compete. Ocupe-se do exterior o homem e do interior a mulher, cada um de acordo com a sua aptidão. A lei humana, para ser equitativa, deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher. Todo privilégio a um ou a outro concedido é contrário à justiça. A emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização. Sua escravização marcha de par com a barbaria. Os sexos, além disso, só existem na organização física. Visto que os Espíritos podem encarnar num e noutro, sob esse aspecto nenhuma diferença há entre eles. Devem, por conseguinte, gozar dos mesmos direitos.”


Allan Kardec




O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez

Questão 822 comentada


Consagram as leis de Deus direitos iguais ao homem e à mulher. A igualdade de direitos é a expressão da justiça de Deus. Se os Espíritos são iguais na sua gênese, por que privilégio para um e negação para outros? Tanto a lei divina nos mostra a justiça neste caso, quanto as leis humanas devem fazer o mesmo.

A emancipação da mulher no campo dos direitos avança e toma corpo, de modo que ela tenha a liberdade que lhe compete conquistar, paralelamente com a responsabilidade, duas forças que trabalham para o aperfeiçoamento da alma. Ser-nos-á difícil entender o homem com os seus direitos de posse assegurados na vida e os mesmos direitos negados à mulher, que faz um trabalho grandioso no lar e mesmo fora dele, em favor da educação e da instrução. Porém, o tempo traz a civilização dotada de razão a emancipação da mulher naquilo que ela já conquistou, e hoje já se vêem muitos movimentos feministas, alguns até exagerados, mas tendo explicação na morosidade da justiça da Terra em libertar a mulher. Mas, como nada se faz sem a permissão de Deus, a companheira do homem ganhou com isso, tendo sua sensibilidade mais apurada que ele, para o permanente exercício da comunicação com o Além, por vezes sem perceber.

Certamente que os direitos da mulher são iguais aos dos homens, não obstante, com as funções diferentes, para complemento do todo no lar. Com isso, não fica desvalorizado o trabalho dela, porque cada um foi chamado por Deus para desempenho diferente, mas com a mesma soma de conquistas.

No mundo de Deus, não existem privilégios, assim como em campo algum da vida, por ser Deus eternamente justiça. Podemos comparar pela natureza: vejamos a luz do sol que o Senhor derrama na Terra, nos diferentes reinos, onde todos recebem o mesmo calor, a chuva e o ar, embora cada criatura receba somente o que merece na sua vida particular. Como disse o Mestre, ao que tem, será dado mais, e ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. O que tem sabedoria, conhecimento das leis, ele próprio absorve da luz do sol o que ela pode dar a mais na sua estrutura, e o que não tem esse saber, o que poderia receber pelo saber lhe será tirado. É a justiça operando no silêncio da vida. Trabalhemos, pois, para melhor entender o que nos espera no centro da vida, dependendo dos nossos esforços para adquirir.

Existe a igualdade de direitos, mas não igualdade de conquistas, sendo que um tem tudo nas mãos porque aprendeu a buscar, e o outro ainda não conquistou essa experiência, faltando-lhe mais vivência, que o amanhã trará.

Vamos ver o que está anotado em João, no capítulo seis, versículo cinqüenta e nove, que nos diz:

Este é o pão que desceu do céu, em nada semelhante àquele que os vossos pais comeram, e contudo morreram. Quem come este pão, viverá eternamente.

Aquele que come somente do pão da Terra para viver fisicamente, sem se lembrar das coisas espirituais, pode se considerar morto, e quem come igualmente do pão do céu, fonte sublimada em Cristo, está sempre vivo pela eternidade afora.

O Espiritismo com Jesus nos distribui o pão do céu, por nos revelar os preceitos de luz do Evangelho e nos mostra o quanto vale vivê-los. Somos todos iguais e recebemos de igual modo pela força da justiça. Deus nos dá tudo com igualdade, mas fez a lei que regula essa dádiva, de acordo com os nossos esforços pela maturidade da alma. Todo trabalhador é digno do seu salário.


Miramez





Livro Filosofia Espírita Volume XVII (João Nunes Maia)
Cap. 6 - Igualdade dos Direitos





VÍDEO:
O Livro dos Espíritos 
822. Sendo iguais perante a lei de Deus, devem os homens ser iguais também perante as leis humanas?
Conhecendo o Espiritismo





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